Brasil tem a 3ª maior incidência de câncer bucal do mundo

 Especialista fala como prevenir o problema e suas formas de tratamento

No Brasil, um tipo de câncer tem chamado a atenção da sociedade: o câncer bucal. Ele é pouco conhecido, costuma ser diagnosticado tardiamente e já começa a ganhar contornos de verdadeira epidemia. Segundo o Inca, mais de 14 mil casos de câncer bucal são registrados por ano, matando mais de 4 mil brasileiros anualmente, a maioria homens. O diagnóstico precoce pode ajudar a salvar vidas. O diagnóstico precoce é essencial para que o tratamento possa ser realizado da forma mais eficiente, podendo ser feito por dois tipos de profissionais que devem acompanhar o paciente que sofre de câncer bucal, o Oncologista (especialista em câncer) e o Dentista (especialista em doenças da cavidade oral).

De acordo com o Dr. Marcelo Braga, gestor clínico da MB Odontologia Especializada, "os primeiros sintomas visíveis são: ferida que não cicatriza e manchas avermelhadas ou esbranquiçadas na parte interna da boca. Nesses casos, é bom pensar em visitar um especialista, para que ele possa dar um diagnóstico adequado. Além disso, há também os sintomas “invisíveis”, como dor na região bucal e ao engolir, mau hálito, perda de peso, ausência de paladar e sensibilidade bucal e até mesmo hemorragia e úlcera", explica o especialista.



O fumo e o álcool estão entre as principais causas do câncer bucal. Segundo dados do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, 83% dos homens com câncer de cabeça e pescoço, aí incluído o câncer bucal, são ou foram fumantes. Dos pacientes tratados, 60% são vítimas de tumores localizados na boca e 40% na faringe ou laringe. Dr Marcelo Braga, ressalta que "é preciso estar atento aos sinais que aparecem espontaneamente ou mesmo nódulos que começam como caroços pequenos, mas que adquirem volume discreto a ponto de ser perceptível. O problema quando detectado na fase inicial, principalmente as neoplasias, têm de 80 a 90% de chances de cura.", comenta.

Os procedimentos de tratamento, incluem cirurgia e radioterapia, porém em casos mais graves, há também a necessidade de fazer a quimioterapia. Braga destaca que dois tipos principais de cirurgias podem ser precisos nesse caso, o “Esvaziamento Cervical”, que consiste na remoção cirúrgica dos gânglios linfáticos do pescoço e a “Glossectomia”, sendo a remoção cirúrgica de toda ou parte da língua. 

Contudo, a melhor forma continua sendo a prevenção. O câncer bucal, assim como outras inúmeras doenças que ocorrem na cavidade oral, podem ser prevenidas caso haja o tratamento preventivo. "Isto é, a visita periódica no dentista (de 4 em 4 meses) para realizar os procedimentos de revisão, evitando cáries e outros tipos de doenças bucais e periodontais, como o câncer bucal. O acompanhamento odontológico é crucial. Outra ferramenta imprescindível para diagnóstico precoce é o checkup preventivo digital que somente os membros do Grupo Qualidade em Saúde têm a chancela para que possa ser utilizado.", conclui o especialista.


Como prevenir o câncer de boca

– Proteja-se dos raios solares. Evite o sol entre 10 e 16 horas. A radiação ultravioleta dos raios solares pode causar câncer nos lábios
– Visite regularmente o dentista
– Evite o consumo de bebidas alcoólicas
– Não fume. O fumo é um perigo à saúde da boca e uma das principais causas de morte evitáveis no mundo
– Alimente-se de maneira saudável, com verduras, frutas e legumes
– Mantenha a sua boca sempre limpa

Faça o seu autoexame

Fique atento a estas alterações:

– Mudanças na cor da pele e da porção interna da boca
– Caroços
– Feridas que não cicatrizam em duas semanas
– Ínguas no pescoço
– Aftas prolongadas
– Sangramento
– Inchaços
– Áreas dormentes
– Dentes amolecidos ou quebrados
– Áreas irritadas debaixo das próteses

O que fazer quando encontrar um desses sinais

– Procure uma equipe de saúde para ser orientado sobre o que deve ser feito.
– Não use remédio por conta própria. Só o dentista ou o médico pode avaliar o seu caso.

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